Apesar de muitos profissionais já idealizarem o trabalho home office, nesse momento foi necessário a adequação a essa modalidade, que sob as atuais condições, exige uma postura excepcional do líder. E para realizar uma gestão eficaz é importante encontrar um método para manter a equipe ativa e mensurar resultados. Também é fundamental respeitar a excentricidade do momento, que é potencialmente estressante de modo coletivo, buscando incentivar e praticar mais do que nunca o cuidado e a empatia com os membros da equipe.
Ainda que o trabalho remoto seja o sonho de 49% dos brasileiros – como indica pesquisa feita pelo instituto Ipsos no último ano –, a modalidade por si só já encontra seus desafios. A garantia de replicar a estrutura do escritório, a mensuração de resultados, o engajamento da equipe e a boa divisão entre a vida pessoal e profissional podem ser questões comuns encaradas ao lidar com o home office.
Mas como se define o cenário em que os colaboradores são condicionados ao home office por razões externas à organização, como a quarentena decorrente do Coronavírus? O que é esperado do líder ao conduzir uma equipe remotamente em condições adversas e de alto potencial de estresse? Até que ponto se consegue manter o nível de produtividade dos colaboradores?
Estratégias para fazer a boa gestão da equipe em home-office
Primeiramente é importante que o mesmo processo que é feito com as equipes presenciais se estenda para o home office, é necessário definir um método de acompanhamento dos resultados, que se adeque à situação de quarentena, compreendendo que nesse período podem ocorrer imprevistos, que irão exigir paciência ao processo de adaptação e aprendizado que os colaboradores terão quanto a novas ferramentas e estruturas.
Sendo assim, é importante que o líder redefina suas expectativas e priorize resultados em detrimento de horas trabalhadas. Para isso, é fundamental que haja clareza na definição de metas, além de expectativas realistas quanto ao que se espera de cada colaborador, mantendo sempre uma comunicação ativa e aberta para ajuda, informações, preocupações e conflitos com a nova rotina, o que será essencial para manter a equipe engajada e com o suporte necessário para exercer tarefas. Esse contato regular por mensagens instantâneas e também por vídeo conferência, auxilia na leitura de como está a equipe a partir de suas expressões e linguagens corporais. Para tanto, é necessário definir horários em que se espera disponibilidade e responsividade.
Nesses “encontros” são realizadas atualizações frequentes, acompanhamento das atividades, alinhamento das metas e objetivos, além de mostrar-se atento a equipe e falar sobre as previsões para a organização, mesmo que não tenha novas notícias. O líder deve sempre mostrar uma atitude positiva, visto que suas ações influenciam as do time, e caso sinta necessidade, deve buscar ajuda para melhorar sua atuação.
Apesar de ter ciência que trabalhar de casa é uma das saídas para diminuir o contágio do coronavírus, muitas empresas ainda temem que atuar em home office prejudique a produtividade e qualidade do trabalho.
A maioria das organizações nunca tiveram políticas de home-office e seus funcionários estão tendo a experiência de trabalhar de forma remota pela primeira vez. Sendo assim, muitos gestores estão inseguros quanto a sua atuação e de que maneira podem acompanhar a equipe, favorecendo as entregas e mantendo o padrão das atividades realizadas.
Mas como posso fazer isso?
- É interessante que se construa uma rede de apoio mútuo entre os colaboradores. Definir pares para que façam entre eles o acompanhamento diário de tarefas e do bem-estar pode ser uma alternativa para garantir o engajamento e, simultaneamente, não sobrecarregar a função do líder. Manter uma rede de colaboração reduz a sensação de isolamento e solidão dos membros da equipe.
- Caso faça parte da cultura da empresa, incentive a parceria de membros que nunca trabalharam em home office com membros que já têm experiência na modalidade, isso agregará valor ao time.
- Como citado anteriormente: mantenha a atitude positiva, enfatizando que é uma situação temporária e que prioriza a segurança coletiva. Também é fundamental para mantê-los engajados e produtivos.
- Estimule o autoconhecimento e a relação de confiança entre os membros da equipe, isso é crucial durante esse momento de crise. Será um caminho de via dupla para oferecer e receber suporte.
- Esteja aberto para constantes reajustes. Uma situação adversa exige rápida adaptação às novas condições, de forma resiliente e confiante, avaliando onde está obtendo retorno e o que precisa ser descartado.
- Por fim, paciência e empatia são essenciais em qualquer processo de mudança e no trabalho exige um tempo para adaptação e terá desafios inesperados. No caso atual, preocupações com a saúde e o cenário incerto prejudicam a todos. Assim, é fundamental manter um canal aberto para comunicar e sanar dúvidas sobre medidas que passem segurança aos funcionários sobre a evolução da pandemia, o modelo de trabalho remoto, as expectativas de produtividade e eventuais conflitos. Além disso, exercitar a compreensão quanto ao cenário coletivo junto aos eventuais obstáculos novos que os colaboradores possam encontrar individualmente, será um exercício não só de empatia, mas de humanidade.
Em qualquer situação de crise, o papel do líder é desafiador, exige inteligência emocional e gestão estratégica. Portanto, diante do cenário atual, as lideranças devem trabalhar inclusive no campo emocional dos funcionários, precisam compreender o que está acontecendo e ser um porta-voz da organização, pois nesse momento o nível de estresse, angústia e pânico podem surgir e isso impacta diretamente na produtividade dos colaboradores.
Acompanhem as nossas postagens aqui no blog e vídeos em nossas redes sociais para mais dicas para liderar equipe remoto frente a pandemia. Você também pode fazer sugestões de temas relevantes para este momento, através da nossa página de contato.
Karina Mota e Caroline Dias
Equipe Vislumbre RH
